
O SENHOR ATENTA PARA O HUMILDE
Embora o Senhor seja excelso, atenta para o humilde. Sl 138.6
Estamos acostumados a observar que em nosso mundo, os afortunados desta vida, só tem olhos para quem estão em mesmo nível que eles, não costumam misturar com os pobres, com aqueles que nada tem para dar. Entendo que quando a Palavra se refere ao humilde, não está necessariamente se referindo ao pobre financeiramente, porque muitas pessoas ricas podem ser também humildes.
Deus não faz acepção de pessoas, mesmo sendo Ele dono da prata e do ouro, o mais poderoso, o Senhor dos senhores e Rei dos reis, Ele atenta para o humilde, e deu-lhe o poder de serem chamados filhos de Deus (Jo 1.12).
No salmo 73 lemos que Asafe ficou muito indignado, ele disse: Quanto a mim os meus pés quase se desviaram; pouco faltou para que escorregassem os meus passos. Pois eu tive inveja dos soberbos, ao ver a prosperidade dos ímpios. Não há apertos em sua morte, o seu corpo é forte e sadio. São livres das tribulações dos mortais; não são afligidos pelos males humanos. Portanto a soberba lhes cinge o pescoço como um colar, vestem-se de violência como de um adorno. Os olhos deles estão inchados de gorduras; não tem limite as imaginações de seu coração. Zombam, e falam com malícia; na sua arrogância ameaçam com opressão. Erguem a boca contra os céus, e sua língua percorre a terra. Asafe continua dizendo: Na verdade que em vão purifiquei o meu coração; em vão lavei minhas mãos na inocência. O dia todo sou afligido; sou castigado toda manhã. Quando tentei compreender isto, fiquei sobremodo perturbado, até que entrei no santuário de Deus; então entendi o fim deles (Sl 73:1-17).
As vezes pensamos que os arrogantes são apenas os incrédulos, mas isto não é verdade, no seio da igreja existe muitas pessoas que apesar de serem crentes a muitos anos, são prepotentes e extremamente arrogantes. Certa vez estava eu numa convenção nacional da minha denominação na capital paulista, e em atendimento a um pedido feito por um membro da igreja que eu pastoreava em Goiás, procurei um pastor que pastoreava o pai deste irmão, para levar noticias a ele; fiquei muito surpreso com a resposta do colega de ministério, quando este me respondeu: Sou pastor de uma igreja muito grande, como o senhor acha que vou saber sobre um presbítero do meu campo, o senhor está brincando comigo, não está? Talvez o tal pastor tivesse mesmo razão com relação a conhecer o pai do irmão, mas o que me chamou a atenção foi a forma que ele me tratou. Não pense você que este foi apenas um caso isolado; existe milhares de pessoas como ele no meio da igreja, e isto é profundamente lamentável, para quem se diz servo de Deus.
Outro caso que me lembro sobre acepção de pessoa, aconteceu comigo. Eu pastoreava uma pequena congregação, também no interior de Goiás, e tinha dificuldade de chegar no horário de nossas reuniões da convenção regional, sempre que eu chegava já tinha recolhido a relação de assinaturas; havia uma norma que se o convencional deixasse de assinar a referida lista por três reuniões seguidas, era desligado da convenção, eu concordo que as regras é pra serem cumpridas, não questiono isto, fui punido exemplarmente.
Pouco tempo depois aconteceu um fato inusitado nesta mesma convenção; um famoso pastor, dirigente de uma grande igreja na região, divorciou-se de sua esposa, alegando incompatibilidade de gênios, casou-se com outra mulher e continuou membro da dita convenção, diga-se de passagem que este pastor é muito prestigiado na referida convenção. Estou dizendo tudo isto para afirmar sobre a inversão dos valores, alguém porque não assinou uma lista de assinaturas, ou mesmo que faltou três reuniões seguidas foi desligado, o outro separou da esposa por motivos injustificaveis para se casar com outra, e nada aconteceu com ele.
Eu poderia estar revoltado; mas assim como Asafe, entendi o fim deles. E sei que Deus por fim os chamará para uma prestação de contas.
Gesiel Melo